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Os tanto e sempre atacados conglomerados gigantes e tradicionais da mídia brasileira, em número de meia dúzia, conhecidíssimos pela população que há anos os acompanha por seus veículos radiofônicos, televisivos, jornalísticos, "internéticos" que, lá do centro nevrálgico do país, pontuam e designam os temas importantes, os costumes cabíveis, as gentes relevantes, os moldes de opiniões e versões das vidas públicas e privadas, individuais e coletivas dos brasileiros e brasileiras. Todos os conhecem, eles, os grandes da comunicação, ao ponto de a intimidade e tempo de convivência proporcionar até apelidos carinhosos, a exemplo da maior expoente da categoria, aquela a quem chamam de "vênus platinada".
Pois vejam... Ela, a vênus, teve sua convalescência propalada, sua morte anunciada, tantas vezes e por tanta gente, que até acreditei.
Mas ela persiste, esta aí, forte, languida e, novamente, pautando as preocupações nacionais em regime de monopólio, como se apenas os fatos de sua eleição estivessem ocorrendo e, os demais, aguardando sua vez de aparecer na tela que cada um tem em sua casa.
Minha impressão é de que se a homônima, ou xará, da deusa gerada das espumas do mar achar convenente ou oportuno, a guerra entre Rússia e Ucrânia acaba, ou arrefece, assim que ela calar sobre o assunto. E finda de tal modo que desaparece de todas as manifestações e "conversês" e até sapientes manifestações em feicibuques da vida. Claro, para ser substituída pela próxima ocorrência de ocasião ao sabor da escolha dela, da deusa, ou de seus e suas congêneres lá em cima referidas.
Tudo ao ritmo e toada já conhecidos de, entre mortos e feridos, repercussões aqui e acolá, um vislumbre com a mesma seriedade no futebol que cancela seus eventos, o que é qualificado como tão importante quanto o mar de sangue que segue a correr.
É... mudam os episódios, alguns personagens, mas a novela da vida nacional persiste a mesma.
E por falar em repercussões, lembrei com, dentre tantas, saudades, dos tempos escolares e das primeiras lições e noções a propósito de geografia e história quando a instrução antes do grau superior ainda era dividida entre primeiro e segundo graus.
Dentre as reminiscências, me veio a das menções em aula e livros, em função do ainda então não desgastado tema da globalização a se avizinhar e a caminhar em passos largos, irrefreáveis e inevitáveis.
Na época, a interligação e interação entre os países era candidamente apresentada como a chegada da era de fraternidade, solidariedade e igualdade entre os povos, bem como a superação das animosidades pela aproximação e entendimento, como conhecimento mútuo das diversidades culturais a ensejar a empatia, tolerância, respeito a, assim, auxílios mútuos na senda do progresso comum e generalizado.
Pois não é que, passadas as décadas, ferem, letalmente, aquela minha inocência da época ao me contarem que, por causa da tal globalização eu, daqui do oco da Boca do Monte, marcho e pago a mula roubada, pelo preço do pão ao da gasolina, em razão da peleia lá do outro lado do planeta. Isto se o mundo não acabar, né...
Acho que me levaram na conversa.